A escrita como pescaria no mar do inconsciente

Há tempos tenho o hábito de escrever em diários. Registro meus processos, angústias, anseios pela vida, conquistas, realizações pelas quais nutro enorme gratidão, conversas que tenho com amigas/os ou pessoas que cruzam meu caminho pela rua, metrô, viagens. Gosto da ideia de pensar que daqui a uns vinte anos lerei meu passado e darei risadas sobre tudo que eu pensava sobre a vida.
Por um bom tempo, a escrita me serviu como máscara para falar sobre o que eu sentia, principalmente minhas desilusões e aventuranças amorosas. Daí veio a poesia! Mas, em um processo evolutivo e sincrônico, falar sobre a existência e como experimentamos o mundo neste corpo material foi se tornando o meu grande prazer. E uma amiga recentemente me disse que faço crônicas poéticas.

E fui percebendo que escrever era o que me integrava nesse mundo caos. Elaborando minhas experimentações e vivências de todas as ordens, percebia melhor as minhas emoções, sentimentos, meus medos, travas sociais, defesas, minhas projeções, minhas máscaras. E fui separando o que eu havia construído como resposta para o mundo e aquilo que era mais verdadeiro em mim.

E neste processo, nos últimos tempos, decidi que viveria uma revolução do ser em minha vida e o universo, em sua sincronia perfeita, colocou em meu caminho a Formação em Psicoterapia Vibracional, que reconhece que nós somos um sistema energético. Trabalho realizado pela Casa de Lakshmi e orientado pelo nosso mestre espiritualmente incorreto, Osho. E está sendo de fato um mergulho no oceano, em mim.

Nas aulas de Psicanálise e Arquétipos de Jung aprendi que nossa mente é uma instância constituída pelo consciente e o inconsciente. Em minhas palavras mais simples que os conceitos, o inconsciente é tudo o que não sabemos sobre nós. Nossa Sombra. É como uma gaveta do armário onde guardamos nossos medos, traumas, emoções não resolvidas, dores não curadas, feridas abertas. Aquilo que a gente precisa esconder para se proteger e viver nessa sociedade maluca.

E tudo isso que não sabemos sobre nós governa as nossas atitudes, nossas decisões, nossas andanças por esse mundo. Como dominar aquilo que não conhecemos?

E foi ai que juntei cré com cré e percebi que quando escrevo é o momento que estou presente. Atenta a quem sou, ao que sinto e a como a energia circula pelo meu corpo. Não à toa, experimento um estado interessante quando escrevo: a respiração se torna profunda, a pele arrepia da cabeça aos pés e lágrimas vem aos meus olhos. Essas são as sensações do meu corpo físico.

E no campo vibracional, energético, sinto que acesso o meu (o nosso) mar revolto do inconsciente e vou pescando o que naquele momento preciso para me compreender melhor. Às vezes, é uma frase ou apenas uma palavra. Uma imagem. E tudo escorre pelas minhas mãos em escritos que falam sobre a Suzana que eu não conhecia. Até aquele instante… Às vezes, reconheço a sensação, mas não consigo identificar de onde ou de que tempo é. Nem sempre temos respostas!

São nesses momentos que sinto e reconheço o fluir da vida. O seguir o fluxo do rio para alcançar o oceano. E o desafio é fazer que este estado seja o meu estado. Atenta, presente!

Escrito por: Divyam Atisiddhi (Suzana Barbosa)

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