Corpo e Mente: dois hábitos simples para lidar com emoções

Que me desculpem os materialistas, mas poucas misérias na vida são mais fatais do que uma relação doente com as próprias emoções. Embora a afirmação seja impactante, as doenças que mais matam no mundo hoje – depressão, tabagismo, alcoolismo, dentre outras – em grande parte tem origem em emoções devastadoras, fruto de uma história de vida onde essas emoções provavelmente não puderam ser manifestadas como deveriam.

 

Meu nome é Carolina Turboli, sou escritora, professora, empreendedora e formanda em Psicoterapia Vibracional. Vou compartilhar com você o segredo para praticar 2 hábitos que são utilizados por quase todas as pessoas bem-sucedidas do mundo para manter corpo e mente saudável. Com devidas adaptações, eu posso te garantir que são dois caminhos simples e que cabem na vida de qualquer pessoa, pois são de graça e só vão exigir um pouco do seu tempo e dedicação.

Vamos juntos? =)

COMO UM ANIMAL SELVAGEM?

Talvez você já tenha visto em algum vídeo no Facebook um tigre, ou um outro animal selvagem, reagindo a alguma emoção ou desejo. Se ele fica com raiva, ele manifesta essa raiva, faz barulho, marca seu espaço, sacode o seu corpo e faz todos os movimentos até que aquela energia se dissipe. O mesmo vale para animais que precisam se defender, para animais que querem fazer sexo e para filhotes que querem ser protegidos. Eles simplesmente manifestam suas emoções. Mas e nós, humanos? O que acontece quando manifestamos nossas emoções em toda a sua força, com toda a vontade?

Você deve imaginar a resposta, ou mais do que imaginar, provavelmente você já viveu isso na pele. Quando manifestamos nossas emoções como queremos, muitas vezes somos duramente reprimidos, rejeitados ou abandonados, o que cria uma memória corporal de que não devemos fazer isso novamente. Essas emoções vão sendo acumuladas no corpo e dão origens às neuroses, que é uma doença de gente funcional. No entanto, uma pessoa neurótica está sempre em conflitos psíquico, o que impede que ela sinta prazer. Em um corpo saudável, segundo Lowen, não há espaço para neurose.

E como voltar a ser como um animal selvagem? Como tirar a neurose da frente para poder ver e se relacionar com as emoções que estão por trás dela?

 

ME DIZ QUANTO TENS DE ENERGIA E EU TE DIREI QUÃO NEURÓTICO ÉS

Lembro de uma vez que perguntei a minha terapeuta se ela me achava psicótica. Entre risos, ela me respondeu que essa é a típica pergunta de uma pessoa neurótica. O medo de ser maluca é tão grande que eu estava gastando uma energia imensa tentando manter uma máscara social, e passava os dias muito cansada, sem energia para fazer as coisas que eu queria fazer.

Por minha sorte, desde os 7 anos eu uso uma ferramenta que me ajudou a entender cada uma das emoções que eu não pude expressar socialmente, e que me salvou em diversos momentos onde eu não tive forças para empurrar a “máscara” e respirar.

 

ESCREVO PORQUE AMO VOCÊS

Eu escrevo, e como diz Leminski, “escrevo porque preciso/ preciso porque estou tonto/ e ninguém tem nada com isso”. Escrever sempre foi a minha maneira de comunicar as minhas emoções com o mundo e com as pessoas que eram importantes para mim. Aprendi desde cedo que escrever uma carta era uma forma de eternizar ou transmutar uma emoção.

Escrevo cartas também para dizer para alguém que tenho orgulho de ser sua contemporânea, ou seja, de estar habitando o mesmo planeta em um mesmo tempo, mesmo que não esteja com essa pessoa em um mesmo espaço (teoria que fui ler muito mais velha no pensador Comte Spoinville). No fundo, eu escrevo porque amo vocês, pessoas, seres humanos. Escrevo porque não sei amar como deveria, eu acho.

Mas isso não é totalmente verdade. Eu também escrevo porque sei que no momento em que minhas letras começam a sair e que meus olhinhos vão relendo o que eu mesma criei, as minhas emoções vão se assentando pelos cômodos do coração, como crianças que de repente vêem a professora chegar e correm para os seus lugares. Depois que escrevo, consigo olhar para cada uma dessas crianças nos olhos, entender porque estão ali, como foram parar ali e como eu faço para lidar com elas. Não posso matá-las, porque não sou uma assassina.

Matar emoções talvez seja um dos maiores mitos do século XX, e eu espero que isso mude no século XXI. Emoções não morrem, emoções transmutam. E para transmutar, elas precisam de combustível, de energia, de atenção. A escrita, até onde eu sei, é a forma mais barata e silenciosa de transmutar emoções. Mas sem a próxima ferramenta, a escrita será uma forma de evitar o corpo, e evitar o corpo pode ser a melhor forma de evitar viver. Então vamos entender porque a escrita não pode atuar sozinha.

 

A MENTE MENTE, O CORPO REVELA

Essa sábia frase diz uma coisa que nós todos estamos cansados de saber: não podemos fugir das verdades que o nosso corpo diz. No meio holístico, muitas vezes ouço “Gratidão” de uma pessoa que está visivelmente com raiva ou um “Namastê” triste. Segundo Debbie Ford, apenas 86% da mensagem que transmitimos é com o corpo, então essas palavras não adiantam de nada. Mas como tirar essas emoções do corpo?

Eu poderia dizer muitas coisas a respeito disso, porque eu aprendi muitas coisas quando decidi me tornar Psicoterapeuta Vibracional e me arriscar a sentir mais minhas emoções, inclusive aquelas que não eram tão bonitas quanto eu gostaria que fossem. No entanto, tudo que eu tenho para dizer é que precisamos lembrar que temos um corpo, que precisamos tocá-lo, que precisamos sentir os sinais que ele dá e que precisamos movimentá-lo. Então fica mais ou menos assim:

  1. O seu corpo precisa ser lembrado;
  2. O seu corpo precisa ser tocado;
  3. O Seu corpo precisa ser sentido;
  4. O seu corpo precisa ser movimentado.

E é claro que, ao fazer essas 4 ações, muito provavelmente você chegará ao estado de amor pelo seu corpo, mesmo que seja depois de uma longa etapa de ódio, desprezo ou indiferença. Fazer exercícios físicos, no Ocidente, é a forma mais comum de cumprir essas etapas, mas eu particularmente acho que existam formas melhores, e uma delas é quando a movimentação do corpo vem acompanhada de uma intenção e de uma observação atenta.

O que é intencionar o movimento, observar o corpo? Nada mais é do que estar atenta para o que surge, para o que o corpo traz, e isso pode ser feito através de inúmeras ferramentas – eu uso os exercícios bioenergéticos e as meditações ativas do Osho. Mas nesse artigo vou ensinar um simples exercício bioenergético para ser feito, por exemplo, antes de escrever, tanto para escrita criativa quanto para a escrita de artigos, de diário, de trabalho, enfim, para começar esse movimento.

 

“GROUNDING”: CRIANDO RAÍZES

No exercício do “Grounding”, você vai experimentar o que são as suas raízes. Isso significa que você vai desfrutar do aterramento, e vai sentir o chão que está debaixo dos pés, perceber a importância de ter os pés no chão para sonhar mais alto e de estar ancorado na realidade do que estamos vivendo. É o exercício mais simples e mais valioso da Bioenergética, e pode ser feito várias vezes ao dia, sempre que houver necessidade de enraizamento.

Para fazer o Grounding, você precisa colocar os dois pés no chão alinhados com o seu quadril e com a base voltada para a frente. Depois que fizer isso, flexione levemente os joelhos e olhe para o chão. Seus pés estão mesmo alinhados com o seu quadril? Se não tiver, conserte. Da próxima vez, posicione os pés mais uma vez sem olhar para o chão, e vá observando como a sua consciência corporal vai mudando conforme você pratica.

Respirando abundantemente no baixo ventre, empurrando o diafragma, encontre um ponto de apoio para os olhos e vá muito lentamente descendo os braços em direção ao solo, curvando primeiro a cabeça e por último a coluna. O ideal é que o seu movimento seja tão imperceptível que um observador de fora nem pudesse perceber que você está fazendo um movimento. Mantenha os olhos abertos durante todo o processo.

Ao chegar lá embaixo, relaxe os braços e o pescoço. Mantenha a respiração de forma abundante, descanse nessa posição, deixe os joelhos levemente flexionados e observe como você se sente. As pernas doem? Há alguma inquietação nessa posição?

Fique até onde for confortável, e tente ficar um pouquinho mais depois que sentir o primeiro impulso de subir. Suba tão devagar quanto desceu, lentamente, a cabeça por último. Antes de sair da postura de orientação (com os pés paralelos na altura dos quadris), faça o movimento que o seu corpo pedir, solte o seu som, movimente livremente o corpo. Ufa! Agora o seu “tigre” interno pode se expressar!

(retirado de: http://bioenergeticalaplata.blogspot.com/)

 

Gostou? A minha recomendação é que você faça Grounding todos os dias. O Grounding é um hábito que certamente vai modificar a sua vida, trazendo mais bem-estar, mais contato com seu corpo e mais saúde.

Mas além do Grounding, quando suas emoções começarem a se manifestar, como você vai lidar com elas? O segundo hábito que pratico diariamente e que me ajuda a entender e transmutar minhas emoções é manter um diário.

Ter um diário é a forma mais prática, eficiente e barata que eu conheço para mudar de vida em pouco tempo. No entanto, muitas pessoas acabam abandonando o hábito por preguiça, pois ele exige dedicação no processo de autoconhecimento. O diário é a ferramenta mais reveladora que você pode fazer por conta própria, e só depende de você. Muitos dos seus problemas e questionamentos podem ser resolvidos enquanto você escreve o diário, porque esse é um momento só seu de olhar de frente para essas questões e enxergar soluções que você não via antes.

Animado(a) para a mudança? Esses dois hábitos vão te trazer tanto conforto e equilíbrio que aos poucos você estará mais apto(a) para realizar os seus sonhos que estão engavetados.

Mas lembra: SÓ FUNCIONA SE VOCÊ FAZ.

Se você desejar apoio para implementar esses hábitos, saiba que a minha missão é ajudar pessoas a manter o hábito terapêutico de escrever todo dia e manter um corpo saudável. No dia 21 de julho, darei um Workshop chamado Escrita na Prática na ONG Reiki sem Fronteiras, no Grajaú, no qual eu vou trabalhar 3 ferramentas práticas para o dia a dia. Para saber mais informações, CLIQUE AQUI.

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